TRADUçÃO DA BÍBLIA

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  1. Da necessidade de se traduzir a Bíblia
  2. Metodologia de tradução
  3. Ferramentas de estudo
  4. A importância de se traduzir
  5. Validação histórica da tradução
    1. No Antigo Testamento
    2. No Novo Testamento
    3. Para a igreja
    4. Para a restauração adicional da verdade
  1. Da necessidade de se traduzir a Bíblia
    Com várias traduções do Novo Testamento disponíveis, será necessária mais uma? A Versão Restauração do Novo Testamento é necessária porque há uma restauração progressiva da verdade entre os filhos de Deus. A verdade tem sido revelada gradualmente através das eras e, em cada era, o nível da revelação afetou o entendimento da Bíblia assim como sua tradução. Cada tradução traz necessariamente o entendimento de seus tradutores. Ao transportar o texto antigo para uma língua moderna, os tradutores precisam primeiramente entender o que diz o original e, em muitos casos, interpretá-lo. Assim, toda tradução é o registro do entendimento do texto original pelo tradutor. Depois de 70 anos de estudo da Bíblia, também temos um entendimento do texto antigo. Em muitas passagens, nosso entendimento depende do que nos foi transmitido nas diversas eras e corresponde a isso, mas devemos admitir que vimos coisas que nem todos hoje vêem. Nosso entendimento da verdade, então, nos leva a traduzir o texto segundo o que o Senhor nos mostrou. Todo grupo importante de tradução da Bíblia entende esse princípio.




  2. Metodologia de tradução
    A Versão Restauração enquadra-se em uma filosofia específica de tradução da Bíblia reconhecidamente "fora de moda" em nossos dias. Cada versão da Bíblia corporifica uma filosofia sobre a Bíblia, sobre o relacionamento de seus escritores com Deus e até mesmo sobre o próprio Deus. A tendência hoje está longe de uma tradução mais literal do texto antigo tendo uma preocupação mais literária; as traduções modernas procuram fazer com que a Bíblia se torne fácil de ser lida e entendida. Contudo, conquanto não busquemos obscuridade, entendemos que as coisas profundas de Deus não são simples de se expressar em linguagem humana, que a mente de Cristo não é superficial ou facilmente explicável e que o conteúdo da Bíblia vem não meramente por nossa tradução, mas pelo Espírito por meio de palavras espirituais. Nossa visão sobre a tradução da Bíblia reflete as palavras de Paulo aos coríntios com relação ao ministério em geral: "as quais também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, interpretando coisas espirituais com palavras espirituais" (1Co 2:13). Nossas palavras, nossa tradução, deve ser com palavras espirituais, caso contrário, o Espírito não tem como, nem tem responsabilidade alguma de transmitir as coisas espirituais da Bíblia para os nossos leitores. Concordamos que uma tradução desse tipo nem sempre é a mais fácil de se ler ou de se compreender, mas somos constrangidos a sacrificar a leitura fácil em benefício da verdade mais profunda. Embora sejamos a favor da leitura informal da Bíblia, entendemos que a Bíblia deve ser estudada cuidadosamente; portanto, fizemos sua tradução tentando revelar em nosso trabalho os assuntos excelentes expressos no original.

    A Versão Restauração corporifica uma enorme quantidade de decisões quanto à forma do texto grego original. Toda tradução importante do Novo Testamento segue, em sua maior parte, a edição mais aceita do texto grego vigente. Contudo, não se espera de nenhuma tradução que aceite todas as decisões das edições em grego. Os tradutores lutam com a questão dos manuscritos até estarem convencidos da validade do texto. A Versão Restauração segue a 26a edição de Nestlé-Aland em sua maior parte e, em uma ou outra passagem, adota outro texto, baseada no estudo e consideração dos manuscritos por parte dos tradutores. Assim, o texto grego adotado pela Versão Restauração é único, embora esteja muito próximo da edição aceita hoje pelos acadêmicos.




  3. Ferramentas de estudo
    A Versão Restauração do Novo Testamento tem diversos componentes críticos que nenhuma outra versão pode oferecer: notas de rodapé abrangentes que dão ênfase à revelação da verdade, à luz espiritual e ao suprimento de vida; esboços minuciosos que expressam o significado espiritual de cada livro; e referências cruzadas que levam não apenas a versículos com texto similar, mas também a porções com revelação espiritual correlata. Esses componentes não poderiam ser vinculados a nenhuma versão existente, em razão do arcaísmo de sua linguagem ou das restrições devidas aos direitos autorais. Portanto, dos pontos de vista lingüístico e legal, precisamos do nosso próprio texto do Novo Testamento ao qual possamos vincular esses componentes.




  4. A importância de se traduzir
    A tradução da Bíblia é um dos grandes desafios que os cristãos podem se propor a fazer, não apenas para línguas que são carentes de uma tradução adequada, mas até mesmo para línguas que já possuem boas traduções. Tal desafio, longe de significar um simples desejo de "ser diferente" ou de indicar desdém pelo que os outros fizeram anteriormente, manifesta seriedade no estudo da Bíblia e amor pela Palavra de Deus que trazem benefícios a todos os crentes. Como discípulos do Senhor, devemos ser diligentes em estudar a Bíblia da melhor maneira possível, dependendo dos dons que Deus nos deu graciosamente. Se formos capazes, devemos chegar ao ponto de traduzir as Escrituras por nós mesmos para alcançarmos um melhor entendimento do texto e para compreendermos melhor a luz na Palavra de Deus. Se Deus nos capacitou a mergulhar em Sua Palavra tão profundamente, fazemos bem em laborar em Sua Palavra a tal ponto, pois, ao traduzir as línguas originais da Bíblia, imergimos de tal maneira no texto que podemos perceber melhor o que o Espírito de Deus está dizendo em Sua Palavra. A Bíblia é o único livro que merece ser traduzido repetidamente, pois, em cada tradução, fornece aos crentes um melhor acesso à verdade na Palavra de Deus. Traduzindo adequadamente a Bíblia, não reduzimos seu valor ou impacto; antes, glorificamos a Palavra de Deus e seu Supremo Autor.




  5. Validação histórica da tradução
    1. No Antigo Testamento
      O ímpeto por traduzir a Bíblia é quase tão antigo quanto ela mesma. Em uma época tão antiga como a de Neemias, a tradução das Escrituras tornou-se necessária para o povo de Deus, e a própria Bíblia registra que Esdras, o escriba, com muitos assistentes, "leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia" (Ne 8:8). Sabemos que parte dessas "explicações" era traduzir as palavras da Escritura do hebraico para o aramaico, a língua dos exilados que haviam retornado; portanto, a Bíblia em si mesma valida sua necessidade de tradução.




    2. No Novo Testamento
      Mais tarde, depois que o cânon do Antigo Testamento foi escrito e os judeus haviam se dispersado por toda a região do Mediterrâneo, a primeira tradução completa das Escrituras hebraicas foi feita por estudiosos judeus para a língua grega, entre o final do século II e meados do século III antes de Cristo. Em sua maioria, as citações do Antigo Testamento encontradas no Novo Testamento são extraídas dessa tradução, chamada Septuaginta. Dessa maneira, a Bíblia valida novamente sua própria tradução.




    3. Para a igreja
      Mesmo que a igreja primitiva, que existia predominantemente no mundo de língua grega, não tenha exigido uma tradução do Novo Testamento grego, ainda assim, logo começaram a surgir traduções para diversas outras línguas faladas no Império Romano e a ser amplamente difundidas. Em razão das necessidades da igreja que se expandia, foram feitas traduções das Escrituras para o siríaco, copta, etíope, georgiano e armênio. E para o crescimento da igreja na região ocidental, surgiram diversas traduções para o latim, de qualidades diferentes. No final do século IV, a necessidade de uma tradução única, comum, em latim, motivou Jerônimo a produzir sua espetacular versão, conhecida como Vulgata. Essa tradução das Escrituras sustentou a igreja no ocidente por mais de mil anos, muito além do período da Reforma. Embora normalmente consideremos a Reforma como um período de florescimento de traduções da Bíblia, a Vulgata de Jerônimo serviu, na verdade, de plataforma bíblica para o mover do Senhor naquela época, uma vez que muitos dos escritos polêmicos daquela época foram escritos em latim e dependiam da tradução latina da Bíblia feita por Jerônimo. Além disso, muitas das primeiras traduções da Bíblia para o inglês e outras línguas foram feitas não a partir do grego e hebraico, como era de se esperar, mas do trabalho monumental e clássico de Jerônimo em latim. Por exemplo: A tradução da Bíblia por Wicliffe no começo do século XIV, a primeira na Europa em um período de quase mil anos foi baseada na Vulgata de Jerônimo. Contudo, os reformadores protestantes, movidos por uma restauração detalhada da luz e da verdade nas Escrituras, tomaram para si a tarefa de traduzir a Bíblia para as línguas dos europeus. Lutero, seguramente a figura dominante da Reforma, é também o tradutor mais influente da Bíblia de todos os tempos. Sua postura para a tradução da Bíblia para o alemão, que foi completada em 1534, influenciou diversos tradutores de outras línguas, incluindo William Tyndale, que, mais ou menos na mesma época, foi o primeiro a traduzir a Bíblia para o inglês totalmente de suas línguas originais.




    4. Para a restauração adicional da verdade
      À medida que a restauração da verdade progrediu com o passar dos séculos, estudiosos importantes da Bíblia, cada um por sua vez, tomaram para si a tarefa de traduzir as Escrituras, quer como exercício pessoal quer como versões completas (p.ex.: J. N. Darby, Conybeare e Howson, Henry Alford, Kenneth Wuest). A devoção e o amor que eles tinham pela Bíblia possibilitaram um amplo conjunto de boas traduções que prestaram grande ajuda a outros estudiosos importantes da Bíblia os quais não puderam traduzir as Escrituras. Atualmente, também nos acercamos da Palavra de Deus de maneira séria e diligente. Tanto o irmão Watchman Nee como o irmão Witness Lee desejaram estudar a Bíblia de maneira completa para que o Senhor pudesse abrir ricamente Sua Palavra entre nós. Watchman Nee traduzia curtas porções das Escrituras para suas mensagens, mas Witness Lee foi quem percebeu a grande necessidade e o grande benefício de traduzirmos a Bíblia. Em 1974, quando entrou no estudo-vida da Bíblia, ele começou o trabalho de tradução do Novo Testamento para o inglês, coordenando uma pequena equipe no trabalho de traduzir a língua original à medida que o estudo-vida percorria todo o Novo Testamento. Em 1991, foi publicada uma edição revisada com inúmeros aprimoramentos na tradução do texto e um considerável aumento no corpo das notas de rodapé.

      Louvamos o Senhor por Ele ter posto no coração de tantos crentes Seus um amor genuíno por Sua Palavra, e por Ele também ter nos capacitado a dedicar-nos às Escrituras ao ponto em que chegamos. Nós O louvamos pelo fato de, por meio de Seus servos Watchman Nee e Witness Lee, Ele nos ter aberto as riquezas intermináveis da Bíblia e nos ter trazido às profundezas da revelação divina. Nós Lhe agradecemos porque, por Sua graça, tivemos a oportunidade de traduzir o Novo Testamento em português e colocá-lo nas mãos daqueles que O amam e buscam. Que o Senhor abençoe todos os que o lerem!


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